segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Rumores

Durante algum tempo me culpei imensamente pela minha descapacidade em continuar escrevendo. Não que eu seja isenta desta culpa, uma vez que fui eu que apresentei a proposta de escrever fragmentos da vida desta cidade.

Mas ontem, numa dessas agradáveis horas de devaneios sentada num café na companhia do meu amigo Alex pude concluir que não sou, ao todo, responsável pelo silêncio deste blog.

A maior crítica que se faz as cidades pequenas é o fato das pessoas se perderem demais a relatar aquilo que acontece com as outras pessoas. Fofoca, fuxico, futrica, intriga, diz-que-me-diz, enfim, nomes não faltam. Demorei muitos pares de anos para descobrir que isso é o maior defeito, mas também o maior charme. É esse ato de vagabundagem que tanto coopera para o aparecimento dos causos, das histórias. É isso que faz com que as histórias pequenas do cotidiano repercutam entre nós. É o ponto que se multiplica.

Onde não há esse ruído, onde impera o barulho estridente das máquinas, do trabalho, o som das histórias é abafado pelo volume dos acontecimentos. Poucas conversas de botequim, em geral conduzidas por notícias de jornal e de revista ou dos ambientes fechados das áreas de trabalho.

Lamentável. Nunca pensei que um dia na minha vida eu escreveria algo pró-fofoca. Ou para ser mais política, pró-socialização.

Um comentário:

Unknown disse...

posso saber do que ou de quem vcs estavam fofocando???