sábado, 20 de setembro de 2008

E se...

Não confunda minha paixão com uma idolatria cega.

E se um dia acordo rebelde e te deixo sem mais explicações? Sentiria minha falta? Ou seria mais uma entre uma multidão inteira? Mudaria alguma coisa no teu rumo? Duvidas? Duvidas que te deixo?

Mesmo em meio à minha simpatia, saibas que preciso me sentir querida, que preciso sentir que queres me atrair, além da atração natural que já tenho por ti. Duvidas?

Já vaguei pelas ruas da cidade, além das ruas do meu próprio pensamento e das estradas infinitas da incerteza e te asseguro que há muito ainda por explorar, e eu tenho sede por conhecer sempre mais. Vou deixar as coisas como elas estão? É o que tenho perguntado já tem algum tempo. Duvidas que vou?

Ah! Se eu for... E não duvide que se quiser eu vou! Se eu for... sentirei saudade, posto que nunca escondi minha predileção. Ah! Se me decido... sofrerei e seguirei sem arrepender-me. Apenas vou.

Duvidas, São Paulo, que te deixo?

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Fraquezas Humanas

Sempre fui da opinião que se há algo por fazer faça, se há algum amigo pra visitar visite, se há ócio, ocie. A última coisa a ser feita era, sem dúvida, sentar (ou deitar, ou pior, se jogar) num sofá, toda torta, com expressão vazia e ligar a televisão com o controle remoto.

Até o dia que eu cheguei em casa cansada.

Nesse dia, nesse memorável dia, o banho foi automático a comida foi automática, tudo gestão do meu eu-fisico imperando sobre meu raciocínio. Não faria nada, porque já havia trabalhado o dia inteiro, não visitaria ninguém, porque em São Paulo esse hábito é quase um sacrilégio, ainda mais se for no meio da semana, e ócio... quem fica ocioso por aqui? Sempre há alguma coisa que ficou pra trás.

Nesse dia eu tinha coisas pra fazer. Milhares de coisas que por minhas inúmeras limitações eu não completaria.

Nesse dia eu entendi o sucesso do aparelho. Eu entendi o que faz pessoas que trabalham tanto e que ganham tanto dinheiro investir numa televisão, dessas modernosas, que parecem quadros, das que parecem cinema, das pequininhas ainda. Cheguei um dia cansado e ligue a televisão... é uma sensação hipnótica maravilhosa: você vê, você ouve e você não absorve! Pelo contrário, dá até a impressão que junto com aquelas baboseiras todas de jornais sangrentos, novelas cretinas e fake-realiy-shows saem outras baboseiras que estavam antes na cabeça. Alivia. Relaxa. Entorpece. A alma vaga pelos problemas dos outros e volta para aquele mísero corpo cansado convencendo-o de que tudo pode ser pior,e, portanto, não há razões para queixa.

Mas agora que descobri esse novo Pasalix, tenho ainda mais certeza do quanto isso não deve ser usado, a não ser em caso de emergência. Vai que um dia colocam a televisão no meu trabalho e descobrem que assistindo a luta entre o mocinho e o bandido eu sou capaz de trabalhar doze horas?

Foi só um momento de fraqueza. De volta aos meus livros.